II Parte - O plano
Incrédulo com a notícia da derrota de Mack, Kutusov o comandante do exército Russo avisou os seus oficiais de que o seu destino seria outro.
Kutusov marchava para junto de Mack no entanto o calendário Russo tinha uma diferença de dias, o que atrasou os planos de Mack, pois este pensava que Kutusov estaria mais perto do que na realidade estava, este facto fez ruir todo o plano aliado de ataque pois um dos exércitos estava já fora do tabuleiro.
O exército Russo estava agora estacionado no centro da Europa a aguardar a chegada do Imperador Austríaco e juntos formavam um exército aproximado de 85.000 homens, superior ao de Napoleão.
No entanto Napoleão deslocava-se em perseguição dos Russos sem no entanto os encontrar.
Esta perseguição durou alguns dias e à medida que os dias iam passando Napoleão começava a sentir dificuldades no abastecimento, a sua linha ia sendo cada vez maior logo era necessário empregar mais tropas nas estradas para eventuais ataques de surpresa, Napoleão tinha a sensação que os aliados não queriam atacar pois o exercito de Napoleão acabaria por regressar à França faminto e sem munições após uma campanha tão longa, a distancia de França começava a criar um grande problema ao Imperador que só tinha uma solução, defrontar e derrotar os aliados o mais rapidamente possível.
Reduzido a um exército de 70.000 homens Napoleão começava a perder capacidade de travar uma grande batalha, o frio, o mau tempo e o cansaço das tropas dava os seus frutos com cada vez mais feridos e doentes.
Napoleão estacionou perto de Austerlitz, uma pequena aldeia na boémia, ao verificar o terreno apercebeu-se de encruzilhadas de estradas, declives e vales, assim como um planalto que dominava uma grande área de observação, um lago gelado a sul seria o ponto certo para a elaboração do seu plano de ataque.
O grosso do seu exército ocupou o planalto de Pratzen, ponto forte de observação, daqui os Franceses observavam o exército aliado e as suas posições.
Napoleão contava com a chegada de um corpo de exército vindo da capital ocupada de Viena, assim logo que eles chegassem estariam prontas a participar na batalha que estava a ser planeada pelo Imperador, estas tropas iriam juntar-se ao flanco Sul desequilibrando a balança a favor de Napoleão.
No entanto a batalha tinha que ser na altura certa, para que o plano de Napoleão funciona-se, ele tinha que forçar o ataque.
Napoleão elaborou o seguinte plano para a batalha de Austerlitz; juntou os seus marchais e indicou para que estudassem bem o terreno pois a batalha iria dar-se aqui em Austerlitz, as encruzilhadas as estradas os vales e a posição de Pratzen seriam decisivas para o desfecho do combate.
O Imperador dispôs os corpos de exército da seguinte forma:
A norte o Marechal Lannes, com a cavaleria de Murat
No centro o marechal Soult com o apoio de Bernadotte
No sul o corpo de exército de Davout
Tinha ainda de reserva os granadeiros de Oudinot e a Guarda Imperial de Napoleão.
A sua disposição levou os aliados a interpretar que o flanco sul estava desguarnecido e que no centro reinava a desorganização, Napoleão ordenou a Soult que retira-se de forma desorganizada apressadamente para fingir uma fuga, deixando aberto o caminho para os Aliados.
Os Russos morderam o isco e horas antes do início da batalha ocuparam o planalto de Pratzen, as chefias jovens do exército aliado exigiam aos mais velhos o ataque imediato enquanto os Franceses estavam em fuga o que levaria a uma vitória rápida e esmagadora, todos queriam derrotar Napoleão.
No entanto ninguém no estado-maior aliado se apercebeu das verdadeiras manobras de Napoleão e por falta de informações de espiões tudo parecia normal, o plano aliado era todo ditado pelas dicas dadas por Napoleão que jogou na táctica acabando por dar o golpe final horas depois na manha de 2 de Dezembro de 1805.
Kutusov percebeu a armadilha e não queria atacar em Austerlitz, Alexandre estava eufórico só de pensar em derrotar o mestre, o estado-maior aliado decidiu começar a batalha de Austerlitz logo pela manhã.
O destino dos aliados estava traçado.
Outro factor não menos importante ocorreu na noite anterior a batalha, as tropas francesas ergueram fogueiras e tochas para comemorar o primeiro aniversário da coroação do Imperador, o fogo foi interpretado pelos aliados como o início do abandono do acampamento militar, parecia que estavam a queimar as tendas e o material…
Esta interpretação errada acabou por ser fatal.
22 de novembro de 2006
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