20 de novembro de 2006

A Batalha de Austerlitz - 2 de Dezembro de 1805


I Parte - A caminho de Austerliz

No Inverno de 1805 a Europa central ia testemunhar a maior vitória militar de Napoleão Bonaparte, conseguida com um misto de táctica, intuição, sorte e capacidade de liderança aliado a uma boa observação e escolha do terreno.

A data da Batalha ficaria para sempre, assinalada na história, pois realizou-se precisamente um ano após a coroação de Napoleão como Imperador dos Franceses.

No final do ano de 1805 as potências aliadas marchavam novamente para destruir as ambições expansionistas de Napoleão, Russos, Austríacos e Ingleses que vítimas directas de embargos por parte dos Franceses elaboraram um plano conjunto para invadir a França e destruir os aliados de Napoleão.
Este plano englobava 3 ataques em simultâneo contra os Franceses. Norte com forças Inglesas e Suecas, centro com forças Russas e Austríacas e Sul com Austríacos e soldados fiéis ao deposto rei de França.
No entanto, para a época, este plano era grandioso e muito ambicioso, pois não contemplava os atrasos das deslocações, a lentidão de comunicações existentes entre os vários exércitos em movimento, as componentes dos exércitos e todo o material deslocado, e em relação ao exército Russo o calendário utilizado era diferente do resto da Europa, o que mais tarde se iria revelar num desastre para toda a campanha, a diferença de dias iria ser crucial para a desorganização estratégica que mais tarde os aliados sofreriam no campo de batalha.

No final do ano, apenas as forças do General Mack estavam na Baviera aliado de Napoleão, enquanto que os Russos estavam em deslocação, numa marcha lenta e cheia de confiança na vitória, comandados pelo Czar Alexandre, um jovem aristocrata que pretendia imitar o poder de Napoleão. Os Russos dispunham de um poderoso exercito quer em homens quer em cavalaria, assim como uma guarda de elite bem equipada e com a moral extremamente elevada, pretendiam juntar-se ao exército de Mack e aguardar a chegada do exército do Imperador Francisco II.

Ao sentir que toda a campanha estava atrasada o General Mack resolveu esperar pelos restantes exércitos em Ulm para poder perseguir a campanha de invasão, este erro resultaria mais tarde no início do fim da coligação aliada.

No final do Verão, Napoleão que se encontrava estacionado junto do canal da mancha a preparar a invasão da Inglaterra, ao saber das deslocações dos aliados decidiu preparar a resposta e escolheu a Europa Central para a batalha decisiva.

Em Outubro Napoleão foi informado da derrota da frota em Trafalgar, a invasão estava definitivamente fora de questão.

Como o exército Francês estava dividido em Corpos de Exercito a sua deslocação foi mais fácil que a dos aliados, assim todas as unidades marchavam em separado e combatiam em conjunto, deixando o inimigo perplexo com a aproximação quase sem se notar, Napoleão mandou avançar os corpos mas ninguém sabia para onde, a dúvida só se iria desipar quando Ulm estava já a vista.
Após uma marcha rápida das praias do norte de França até Ulm na Baviera, Napoleão estava já em vantagem, pois o inimigo não contava com o seu exército tão perto. Evitando o combate directo, Napoleão numa demonstração de força, cercou o exército de Mack não deixando qualquer hipótese de reacção, desorganizados e sob o efeito surpresa os Austríacos não resistiram a espera de reforços e acabaram por se entregar, e deixando em aberto o caminho para a tomada da capital Austríaca Viena.
Mack foi totalmente surpreendido pela rapidez com que Napoleão se apresentou para a guerra, o desfecho desta primeira batalha estava encerrado.
Vitor Mestre 2005

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